porto norte 41 (Oitoo)

Concurso público: 3º prémio

“O tempo é um grande arquitecto.” — Siza Vieira

Falar de regeneração urbana — em geral e, neste caso, especificamente nesta área do Porto — é falar de um processo gradual: um projecto que avança por fases, com diferentes graus de intensidade e transformação. Significa reconhecer a existência de programas transitórios antes dos definitivos (se é que alguma vez chegam). Significa falar de usos temporários para espaços vazios, de limpeza e manutenção básicas, e de encontros entre vizinhos muito antes de falar de reabilitação de edifícios e, certamente, antes de imaginar novos museus ou hotéis.

Isto não significa que novos edifícios não sejam bem-vindos se, numa fase inicial, forem criadas condições favoráveis para investidores privados; na verdade, é precisamente o contrário. Voltando à citação de Siza, proferida no contexto da regeneração urbana do Chiado, em Lisboa, um dos principais catalisadores do sucesso dessa intervenção foi a abertura de um grande edifício comercial, cuja influência foi determinante para relançar a dinâmica do espaço público nessa zona.

A proposta actua em seis eixos prioritários:
Conectar – criar uma rede de percursos pedonais dentro e ao redor dos quarteirões;
Reutilizar – intervir nos “dentes podres”: edifícios vazios, abandonados ou degradados;
Valorizar – reconhecer o quarteirão da “Companhia Aurifícia” como um activo estratégico;
Optimizar – densificar o lote com novas construções;
Racionalizar – promover a sustentabilidade ambiental, social e económica;
Educar – envolver os habitantes da cidade e a sociedade em geral.