DESTRINCO (Oitoo)

O DESTRINCO é um projecto de activação temporária de áreas urbanas abandonadas ou inacessíveis, com o objectivo de as integrar na rede de percursos e fluxos da cidade, tirando partido das suas características específicas e transformando-as em espaços de uso público.

Nesta primeira edição, que decorreu nas últimas duas semanas de Outubro de 2022, o DESTRINCO abriu ao público a Alameda do antigo Quartel de Monte Pedral, no Porto, estabelecendo um atalho inesperado (e útil) entre duas ruas opostas. Ao longo de nove dias, reanimou esta cidadela adormecida, promovendo a utilização das suas ruas desertas por peões e ciclistas do bairro. A antiga Alameda Militar tornou-se um novo espaço público numa zona do Porto carente de praças e jardins.

O DESTRINCO nasce do desejo de criar locais de encontro que promovam ligações entre os moradores e convidem a actividades sociais ao ar livre, abrindo os portões de portas enferrujadas. O projecto começou com uma série de perguntas: Onde fica o espaço público mais próximo? Quanto tempo se demora a lá chegar? Porque vemos tão poucas pessoas a caminhar nestas ruas? O que muda se abrirmos os portões? Estas perguntas conduziram a um estudo sistemático da vida urbana envolvente e a uma análise do espaço público. O levantamento será realizado antes e durante o DESTRINCO, com base em observações e recolha de dados — contagens, inquéritos de rua — conduzidos com o apoio de estudantes do 5.º ano da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.

O DESTRINCO procura promover uma mudança de perspectiva, facilitando a apropriação da cidade pelos seus cidadãos, criando mais espaços abertos para lazer e convívio, funcionando como uma ferramenta que permite uma abordagem inclusiva e eficaz junto dos cidadãos e das comunidades locais.

O Monte Pedral foi, durante mais de um século, um imenso castelo impenetrável no centro do Porto. Hoje, é um lugar em transição — entre anos de abandono e o seu destino definitivo. Por isso, este é o momento ideal para abrir o antigo Quartel, com as suas ruas silenciosas e arborizadas e os seus edifícios elegantes mas sem função, aos moradores do bairro e da cidade.